Estigma e isolamento:
A Hanseníase no Rio Grande do Sul
O TRIPÉ: Dispensário, Leprosário e Preventório
A luta contra a Hanseníase no Brasil era embasada na tríade composta pelas seguintes instituições: Dispensário, Leprosário e Preventório. Os dispensários eram instituições beneficentes voltada para o atendimento a pacientes pobres, oferecendo-lhes consultas médicas, exames, medicamentos, alimentos e cuidados. Esse local também era responsável pelo encaminhamento ao isolamento. Os Leprosários eram instituições para onde eram encaminhados os doentes para internação e tratamento. E o preventório era uma instituição construída para acolher os filhos sadios dos hansenianos.
Preventório
Em maio de 1939, a pedra fundamental do Amparo Santa Cruz é colocada numa área de 25 hectares no então 6º Distrito de Porto Alegre. A instituição foi inaugurada em junho de 1940, para abrigar 150 crianças. Esse era o local destinado ao acolhimento dos filhos sadios dos internos que nasciam no Hospital Colônia Itapuã. Gerenciado pelas Irmãs Franciscanas, as crianças recebiam educação voltada para o trabalho.
O Dispensário Eduardo Rabelo para a profilaxia da Lepra e Doenças Venéreas foi instalado pelo Departamento Nacional de Saúde Pública em 1923 em Porto Alegre e funcionou até a década de 30.
Dispensário
Até o final da década de 1920, o RS possuía dispensários nas cidades de Porto Alegre, Taquara, São Jerônimo, Cachoeira do Sul, Cruz Alta e Caxias do Sul. Com a criação do Departamento Estadual de Saúde foi estabelecido, em Porto Alegre, um Dispensário Central de Doenças da Pele, primeiramente instalado junto ao Centro de Saúde nº 2, até a construção do Centro de Saúde Modelo na década de 1940. O Dispensário era responsável por diagnosticar casos da doença e encaminhar para o isolamento domiciliar ou hospitalar, pela vigilância e pela educação sanitária.
Leprosário
A necessidade de um hospital específico para o isolamento dos hansenianos foi sanada com a construção do Hospital Colônia Itapuã, na Fazenda Santa Clara, adquirida pela Sociedade Beneficente Leprosário Rio-Grandense. Sua construção foi pensada nos moldes de uma cidade para que os doentes permanecem isolados.
O lançamento da pedra fundamental do Hospital Colônia Itapuã
O lançamento da pedra fundamental do Leprosário Itapuã ocorreu em dezembro de 1936. Entre as autoridades que participaram da solenidade estava o Governador do Estado General Flores da Cunha, Major Alberto Bins, o Diretor de Higiene Dr. Fabio de Barros, Dr. Raul di Primio, Dr. Freitas de Castro, Dr. Armando Vitorino, Dr. Basil Sefton, Dr. Plinio da Costa Gama - representando o Simers e a Sociedade de Medicina, e Dr. Luiz Edmundo Medeiros que era Delegado do Serviço sanitário no RS.